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Reflexões sobre o uso do MicroMundos

Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida

O MicroMundos pode ser um forte aliado do professor no desenvolvimento de projetos que implicam em investigação, descoberta, representação e construção do conhecimento.

No entanto, caso o professor não conheça a potencialidade dessa linguagem, ele desperdiça uma excelente oportunidade de promover um desenvolvimento mais poderoso com o aluno. Isto porque para questionar o aluno, desafiá-lo e instigá-lo a buscar construir e reconstruir conhecimento com o uso de determinado recurso computacional, é preciso que o professor saiba não só o que este recurso oferece em termos de suas principais ferramentas e estruturas, mas também consiga vislumbrar aplicações pedagógicas com esse recurso.

No caso de um software do tipo do MicroMundos que traz embutido as características de um sistema de autoria aliado à linguagem de programação Logo, evidencia-se mais explicitamente a importância da atuação do professor e o domínio que ele deve ter do instrumento e de teorias educacionais que lhe permitam identificar em que atividades esse recurso tem maior potencial e é mais adequado de ser utilizado ou quando ele deve ser integrado com outros recursos computacionais. Este triplo domínio em termos computacionais, teórico-educacionais e pedagógicos é adquirido em função das experiências com o produto e das reflexões sobre o mesmo, as quais o professor desenvolve com seus parceiros, em atividades de formação técnico-pedagógica, em sala de aula etc.

Para que o professor possa atuar de forma a promover o desenvolvimento de seus alunos com o uso do MicroMundos no desenvolvimento de projetos, é importante que ele participe de um processo de formação em que tenha a oportunidade de vivenciar distintos papéis como o de aprendiz, de observador da atuação de outro professor e de mediador junto aos seus alunos. Todas essas vivências devem ser refletidas e analisadas para que o professor possa compreender o seu papel nos ambientes de aprendizagem com o computador.

Nossa atuação enquanto formadores de professores tem ocorrido no sentido de proporcionar ao professor essas vivências, acompanhando sua atuação com alunos, refletindo e depurando-a junto ao grupo em formação.
Em atividades de formação de professores da rede estadual de São Paulo, no polo em que atuamos (Projeto de Educação Continuada, subprojeto Informática na Educação, PUC/SP, de 1997 a 1998), utilizamos diversos softwares educacionais, dentre os quais o MicroMundos. Durante a formação, os professores desenvolveram projetos com seus alunos e trouxeram suas dificuldades e descobertas para reflexão em nossos encontros de formação. Dentre os temas de projetos levantados pelos professores destacam-se principalmente temas transversais, tais como figuras geométricas no meio ambiente, guerras religiosas, eleições, festa junina, desequilíbrio ecológico, Brasil 500 anos, cuidando do nosso lixo, da horta ao computador, a arca de Noé, conscientização e valorização do espaço escolar etc.

Um exemplo que retrata a forma como os professores utilizaram o MicroMundos com seus alunos é o projeto Guerras Religiosas. Partindo da análise das religiões predominantes na atualidade e das guerras religiosas que ainda persistem em certas regiões do nosso planeta, os alunos foram levados a estudar os comportamentos, atitudes e principais fatores determinantes das divergências e intolerância que induzem e caracterizam as principais guerras religiosas. Cada grupo de alunos encarregou-se de pesquisar a guerra de determinada região, usando diferentes fontes como revistas, jornais, livros, software de História Universal, representando no MicroMundos o que estava descobrindo a esse respeito. Diversos professores faziam o acompanhamento dos trabalhos, questionando e orientando os alunos em sala de aula, incentivando a pesquisa de tópicos relacionados à sua área de atuação, destacando-se Ciências Sociais, Matemática, Português e Ciências Físicas e Biológicas. Coube à professora de Matemática a coordenação dos trabalhos e o acompanhamento periódico dos alunos no laboratório.

Em outra escola, um grupo de professores de diferentes disciplinas desenvolveu com seus alunos um projeto cooperativo sobre saúde e epidemiologia. O grupo que participou do projeto intitulou-se GAEC - Grupo de Apoio Epidemiológico Comunitário. Entrevistaram a secretária de saúde do município e elegeram a dengue como a primeira doença a ser estudada e combatida. Elaboraram no Paint um mapa com a localização e os dados dos principais focos das doenças. A Secretaria de Saúde do Município providenciou um ônibus para que os professores e os alunos visitassem as escolas rurais que se localizam em locais que são focos da dengue, a fim de combater a proliferação do mosquito transmissor, além de conscientizar os habitantes sobre a importância de desenvolveram hábitos de higiene saudáveis. Os alunos participantes do GAEC puderam conhecer in loco uma realidade diferente daquela em que vivem, entrevistaram professores e alunos das escolas rurais, coletaram dados e registraram o ambiente em fotografias. Em seguida, representaram os dados em tabelas e gráficos, desenvolveram projetos no MicroMundos sobre as formas de disseminação e combate do inseto causador da dengue e as formas de melhorar as condições de higiene e de vida local. Foi produzido um novo conhecimento sobre essa realidade, o que levou à proposição de medidas alternativas para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes dos locais visitados, além de uma revalorização das condições de vida dos alunos integrantes do GAEC. Com o conhecimento que conseguiram elaborar a respeito do problema e as soluções encontradas foram desencadeadas campanhas de conscientização e mobilização da comunidade por meio de cartazes, jornais, panfletos e palestras realizadas na escola por especialistas da área.

Existem outros exemplos em que podemos perceber a importância de registrar todo o desenvolvimento de uma pesquisa no computador fazendo uso de um software que permita ao professor acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, bem como as etapas de construção e reconstrução do conhecimento que vai assumindo pouco-a-pouco uma dimensão mais profunda e significativa para o aluno-autor, para o professor-promotor e para as demais pessoas que possam beneficiar-se dessa nova elaboração que está voltada para a compreensão e transformação do contexto em que o aluno vive e para aquilo que representa a sua vida e a de sua comunidade.

De Fantasia, MicroMundos e MicroWorlds são marcas registradas da Logo Computer Systems, Inc.

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